Jon Jones é, sem dúvida, um dos maiores lutadores de sempre no MMA. No entanto, a reação ao anúncio da sua reforma não foi recebida com aclamação universal. O que explica esta reação mista?
Descrever o legado de Jones como simplesmente “complicado” é um eufemismo. As suas conquistas dentro do octógono são quase inigualáveis: tornou-se o lutador mais jovem a conquistar um título do UFC, com apenas 23 anos, após derrotar Mauricio “Shogun” Rua. Detém o recorde de oito defesas consecutivas do título de pesos-meio-pesados, acumulando 11 defesas no total. Conquistou o campeonato vago de pesos-pesados e defendeu-o com sucesso uma vez. Em 30 combates profissionais, nunca foi legitimamente derrotado.
Mas a sua carreira é também marcada por controvérsias significativas. O seu reinado inicial como campeão terminou quando lhe retiraram o cinturão após uma condenação por atropelamento e fuga, onde abandonou o local após colidir com outros dois veículos, um dos quais transportava uma mulher grávida. Mais tarde, recuperou o título indiscutível com uma espetacular vitória por pontapé na cabeça sobre Daniel Cormier, mas este resultado foi invalidado depois de ter testado positivo para substâncias proibidas.
Outros pontos notáveis incluem uma vitória por decisão apertada contra Dominick Reyes, uma ausência de três anos das competições e combates altamente aguardados contra Francis Ngannou e Tom Aspinall que nunca se concretizaram. Além disso, a sua vida fora da jaula tem sido afetada por repetidos problemas legais, incluindo uma acusação de agressão doméstica em setembro de 2021, notavelmente na mesma noite em que foi introduzido no “Fight Wing” do Hall da Fama do UFC.
É, de facto, um quadro complexo.
Esta complexidade parece refletir-se na base de fãs, já que as reações à notícia de que Jones pretende afastar-se das competições de MMA têm sido variadas, longe de serem universalmente positivas ou respeitosas.
