Arman Tsarukyan, um dos principais lutadores de peso-leve, tinha a intenção de disputar o cinturão do UFC após a sua vitória sobre Charles Oliveira em abril de 2024. No entanto, ter sido retirado de um combate pelo título contra o então campeão Islam Makhachev em janeiro, fez com que descesse na hierarquia.
Mantendo-se ativo no circuito de grappling, Tsarukyan derrotou Makkasharip Zaynukov num combate que considerou “aborrecido” no início deste mês. Agora, prepara-se para defrontar Patricky Pitbull no ADXC, na Rússia. O lutador brasileiro vê esta oportunidade como um meio para impulsionar a sua própria carreira nas Artes Marciais Mistas (MMA).
O combate entre Pitbull e Tsarukyan é o evento principal do ADXC 10, disputado num peso combinado de 79,8 kg (176 libras), em cinco assaltos de três minutos, a 31 de maio, em Moscovo. O ex-campeão do Bellator acredita que uma vitória expressiva sobre um dos principais talentos do UFC não seria surpreendente se resultasse num convite da organização.
“Acredito que sim. Nada é impossível”, afirmou Pitbull ao MMA Fighting sobre a possibilidade de assinar com o UFC após uma vitória. “Nunca digas nunca. Não posso dizer que é impossível. Não é impossível. O UFC, vejo que é mais como, `Ótimo, estás em destaque. Vem cá, tens a tua oportunidade de mostrar o teu trabalho.` Acho que é possível, sim. É uma grande oportunidade para ter um bom desempenho e atrair mais olhares.”
Pitbull é reconhecido como um dos maiores artistas do nocaute na história do Bellator, com 11 das suas 16 vitórias na promoção a virem por nocaute, incluindo triunfos sobre Peter Queally, Josh Thomson e Ryan Couture. Teve também sucesso no ringue do RIZIN, onde finalizou o atual campeão de 70 kg, Roberto Satoshi, com pontapés nas pernas e socos. No entanto, sofreu derrotas nos seus últimos três combates de MMA contra Alexander Shabliy, Clay Collard e Bruno Miranda.
Apesar de não ter uma vitória por submissão num combate de MMA há 15 anos, o veterano de 39 anos tem a chance de mudar isso no ADXC, uma vez que socos e pontapés não são permitidos. Pitbull revelou, contudo, que foi forçado a adaptar a sua estratégia de última hora, após ser informado na Rússia que ataques às pernas não seriam autorizados a pedido do UFC, com o objetivo de evitar lesões graves.
“Se ele cometer um erro, agarro-lhe o pescoço”, disse Pitbull. “Até sei como. Se ele se expuser demasiado com tentativas de queda, vou irritá-lo e frustrá-lo antes que ele tente uma queda de longa distância, e eu ataco o pescoço, pego nas costas com um rápido berimbolo de jiu-jitsu.”
“Ele mostrou mais [grappling] nos seus combates de MMA do que neste último combate de grappling no Karate Combat”, acrescentou. “Até acho que ele perdeu esse combate [no Karate Combat], mas deram-lhe a vitória. No combate contra Charles `do Bronx` [Oliveira] foi bom, ele mostrou boa defesa de guilhotina e triângulo de braço. É duro e muito resistente.”
Pitbull espera que uma vitória no ADXC dê novo fôlego à sua carreira no MMA, especialmente após a Global Fight League, com a qual assinou, ter colapsado antes de realizar o seu primeiro evento. Embora esperançoso por uma proposta do UFC, Pitbull não descarta um regresso ao Japão para competir novamente sob a bandeira do RIZIN.
“Já estou em conversações com pessoas no Japão, a ver algumas possibilidades de agendar combates lá”, revelou Pitbull, que tem um registo de 3-1 no RIZIN, com três nocautes sobre Satoshi, Tatsuya Kawajiri e Luiz Gustavo. “As pessoas adoram-me no Japão porque venci o campeão lá. É outra grande oportunidade de ir para lá e mostrar o meu melhor. Venci o campeão, tive uma `rixa` com aquele `sacana` do Kleber Koike, então é uma boa ideia voltar e bater nas pessoas. Quem sabe, talvez lutar pelo cinturão no futuro.”
