Quando Mario Bautista voltar a competir no UFC 316, já terão passado oito meses desde o seu triunfo sobre Jose Aldo, e ele mostra-se totalmente preparado para deixar para trás toda a agitação mediática que se gerou em torno dessa luta.
Num combate que se revelou um intenso e disputado confronto, Bautista conseguiu uma vitória por decisão dividida. No entanto, surgiram imediatamente críticas e reações negativas por parte de muitos fãs que consideraram que ele não merecia o resultado e que desaprovaram a sua estratégia, vista como defensiva e eficaz para neutralizar os pontos fortes de Aldo. O que deveria ter sido um momento de celebração pela maior conquista da sua carreira transformou-se numa necessidade de Bautista defender a sua performance. Toda esta situação desconfortável ressurgiu recentemente, quando Aldo retornou para enfrentar Aiemann Zahabi no UFC 315.
Toda esta experiência foi, para Bautista, irritante. Contudo, ele reconhece que a intensidade da reação se deveu muito mais ao estatuto de Jose Aldo como um dos lutadores mais populares e apreciados da história do MMA do que à sua própria atuação.
“Todos adoram o Jose Aldo e todos querem ver o velho Jose Aldo”, explicou Bautista. “Os momentos altos, todas as coisas que ele era capaz de fazer, e eu penso que estão apenas zangados porque eu impedi que tudo isso acontecesse e não lhe dei espaço para brilhar.”
Bautista argumenta que basta observar a performance de Aldo contra Zahabi para compreender perfeitamente porque é que ele não quis arriscar nem transformar o combate num confronto aberto de trocação de golpes durante três assaltos.
Enquanto Zahabi conseguiu resistir a uma forte ofensiva no terceiro assalto antes de assegurar a vitória por decisão unânime, Aldo desferiu uma série de golpes que quase colocaram fim à luta. Para Bautista, este confronto serviu como prova conclusiva de que não seria prudente entrar numa `guerra` daquele tipo com Aldo, pois Zahabi esteve à beira de ser finalizado e poderia ter facilmente terminado a noite com uma derrota, dependendo de como o combate se desenrolasse.
“[Aiemann] Zahabi, ele venceu a luta e também conseguiu anular o jogo dele e fadigá-lo no final, mas pagou o preço com um pontapé de futebol no rosto”, referiu Bautista. “Mérito para Zahabi, ele aguentou o impacto, levantou-se e recuperou o controlo sobre Aldo.”
“Mas nunca se sabe. Aquele árbitro podia ter intervindo logo que aquele pontapé de futebol o atingiu no rosto e ele caiu daquela forma. Seria o fim da luta e terias perdido. É uma situação imprevisível.”
Obviamente, Mario Bautista não guarda qualquer ressentimento em relação a Jose Aldo pelo facto de este ter ficado insatisfeito com o desfecho do combate, mas ele não sente a necessidade de se desculpar por ter feito o que considerou necessário para garantir a vitória naquela noite.
Por mais frustrante que a situação tenha sido na altura, Bautista já a superou há bastante tempo e tem a certeza de que uma exibição convincente contra Patchy Mix no UFC 316 será suficiente para redefinir a perceção do público sobre si.
“Daqui a alguns anos, quando fores ao Tapology e rolares para baixo, vais ver uma [marca verde de vitória] e vai dizer Jose Aldo”, projeta Bautista. “As pessoas vão esquecer, e isso é tudo o que importa.”
“Estou simplesmente ansioso por ter esta luta e deixar tudo isso para trás. Veremos o que acontece. Faz parte do jogo. É algo com que tenho de lidar quando chegas ao topo. Vais ter momentos como estes. Nunca sabes o que te espera, e tens apenas de enfrentar a situação.”
