Kayla Harrison alcançou o seu grande objetivo no sábado à noite. Num confronto de domínio unilateral que resultou numa finalização por submissão sobre Julianna Peña, Harrison sagrou-se campeã no UFC 316.
Desde os primeiros momentos, ficou claro que Harrison possuía uma vantagem física considerável. Ela trabalhou para anular a distância e levou Peña para o chão. Uma nova queda no segundo assalto permitiu a Harrison progredir a sua posição, quase garantindo um estrangulamento triangle de braço, mas acabou por transitar para uma kimura.
Assim que Harrison aplicou a alavanca na articulação, Peña bateu quase de imediato, evitando uma lesão séria. A bicampeã olímpica acrescentou mais um título de prestígio ao seu impressionante historial. Após a luta, Harrison abraçou Peña, e as duas rivais trocaram algumas palavras antes da nova campeã ser oficialmente declarada.
“Nós orámos uma pela outra”, disse Harrison sobre a conversa com Peña. “Não é pessoal. Estamos aqui para lutar, isto é um negócio. Adoro o que faço. Estou grata por ter tido uma grande lutadora como a Julianna para trazer uma versão melhor de mim.”
Antes de ter tempo para celebrar totalmente, Harrison voltou a sua atenção para a antiga campeã Amanda Nunes, que estava sentada à beira do octógono a assistir à ação. Harrison então convidou Nunes a entrar na jaula, onde se encararam num momento marcante – antigas colegas de equipa tornavam-se potenciais adversárias.
“Amanda, vejo-te, Amanda! Anda cá acima, Amanda!”, gritou Harrison. “Esta é a próxima luta.”
Nunes dirigiu-se para o octógono, onde cumprimentou Harrison antes de revelar que sempre esperou este desfecho desde que treinaram juntas na American Top Team, na Flórida.
“Sim, com certeza [vou voltar]”, disse Nunes. “Sabíamos que isto ia acontecer. Agora vamos fazê-lo.”
Evidentemente, para chegar a um confronto futuro com Nunes, Harrison precisava primeiro de superar Peña no presente, e foi exatamente isso que ela fez de forma eficaz.
Alguns golpes iniciais de Harrison prepararam o clinch, onde ela pressionou Peña contra a grade para armar a queda. Harrison conseguiu o controlo do corpo e usou uma técnica de queda interna para derrubar Peña no chão.
Uma vez no solo, Peña conseguiu defender-se em guarda fechada, com Harrison a exercer pressão por cima, sendo a lutadora maior e mais forte. Harrison desferiu uma cotovelada por dentro, e Peña respondeu com um par de pontapés ilegais para cima, o que levou o árbitro Vitor Ribeiro a interromper a luta.
Ribeiro acabou por penalizar Peña com um ponto pelos golpes proibidos antes de a luta ser reiniciada de pé.
Harrison utilizou novamente os seus golpes para fazer Peña recuar e preparar novas tentativas de queda. Apesar da defesa de Peña, Harrison foi implacável na sua pressão antes de levar o combate para o chão pela segunda vez.
Com Peña a defender-se de costas, Harrison procurava causar dano antes de melhorar a sua posição para potencialmente procurar uma submissão. Harrison estava a dominar fisicamente Peña no chão enquanto tentava um estrangulamento triangle de braço, mas a posição junto à grade impediu.
Foi nesse momento que Harrison fez a transição para a kimura e imediatamente forçou o braço de Peña para trás, o que a obrigou a bater em desistência a poucos segundos do fim do assalto, terminando o combate aos 4 minutos e 55 segundos do segundo round.
Foi uma exibição avassaladora. Harrison despachou Peña e agora prepara-se para o que pode ser o maior combate na história do MMA feminino, com o regresso de Amanda Nunes ao UFC.