Um domingo dramático na pista durante o Grande Prémio da Grã-Bretanha desviou as atenções de outra corrida significativa que começou fora dela: a eleição para a chefia do organismo que governa o desporto motorizado mundial.
Na sexta-feira passada, surgiu a notícia de que o atual presidente, Mohammed Ben Sulayem, enfrentará um desafio pela presidência da FIA nas eleições de dezembro, vindo do americano Tim Mayer. Mayer é um antigo comissário desportivo de longa data na F1 e também ocupou cargos de chefia no desporto motorizado dos EUA.
A Fórmula 1 é o maior dos muitos campeonatos mundiais que a FIA superintende, mas a eleição em si não é votada pelas próprias séries de corridas, mas sim por 245 clubes membros globais que representam o desporto motorizado e a mobilidade. A eleição para o próximo mandato presidencial de quatro anos ocorrerá a 12 de dezembro nas assembleias gerais anuais do organismo governamental.
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Ben Sulayem procura um segundo mandato após ter sucedido a Jean Todt, depois de o francês ter atingido o limite de três mandatos para o cargo.
No fim de semana em que o desafio de Mayer foi confirmado, o repórter Craig Slater falou com ambos os candidatos durante o fim de semana em Silverstone.
Um fator adicional de interesse na disputa de 2025 vem do facto de Ben Sulayem ter demitido Mayer do seu cargo de comissário desportivo em novembro passado. Mayer disse que, embora não se esteja a candidatar por “vingança”, considerou a sua demissão do cargo “desapontante” e que isso lhe deu “uma oportunidade para refletir sobre o estado da FIA”.
Ele também acusou Ben Sulayem de chefiar um “reinado de terror” na organização.
Questionado sobre a sua resposta a essa alegação, Ben Sulayem disse: “Quando me contaram, apenas ri.”
“Talvez no método eleitoral nos Estados Unidos se note que cada candidato acusa os outros de muitas coisas, mas este não é o meu estilo. Fica ao critério dele, esse é o estilo dele.”
Ben Sulayem também refutou alegações mais específicas de Mayer de que ele teria proporcionado uma “ilusão de inclusão” no organismo governamental da F1 e procurado concentrar o poder nas suas próprias mãos.
Análise do Estado Inicial da Disputa
Análise do repórter Craig Slater:
Mohammed Ben Sulayem respondeu ao início enérgico de Tim Mayer nesta disputa com algumas respostas hábeis. Mas esta eleição revelará linhas de rutura que dividem o desporto motorizado mundial?
A F1 manter-se-á numa posição neutra, daí Mayer ter lançado a sua campanha num hotel em Towcester, em vez do paddock de Silverstone, onde passou a maior parte do fim de semana do Grande Prémio da Grã-Bretanha.
A relação da F1 com o presidente da FIA parece melhor do que há um ano – então, os seus maiores oponentes estarão noutro lugar? Ex-aliados de Ben Sulayem formarão agora a `bancada` da oposição? Em 2021, o presidente da Motorsport UK, David Richards, apoiou Ben Sulayem contra o candidato britânico Graham Stoker, mas tornou-se um dos seus principais críticos. Robert Reid, até recentemente vice-presidente da FIA para o desporto de Ben Sulayem, apoiará formalmente a candidatura de Mayer? Mayer revelou que Reid lhe tinha oferecido conselhos.
Lewis Hamilton expressou frustração pelo facto de a FIA se ter preocupado excessivamente com joias e roupa interior dos pilotos, em vez de assuntos mais importantes, no entanto, o seu pai Anthony tudo indica que assumirá um cargo na FIA num programa para jovens pilotos. Mayer diz que se teria candidatado contra Ben Sulayem mesmo que Carlos Sainz Snr ainda estivesse a concorrer à presidência. Ele enfrenta um desafio muito difícil. Outros, incluindo pelo menos uma figura conhecida da F1, ponderaram candidatar-se, mas decidiram não o fazer.
Ben Sulayem é popular entre as federações membros, particularmente em locais como a América do Sul. Estará ele na pole position nesta corrida?
