Eduarda Moura acredita que colega de equipa Jailton Almeida finalizará Tom Aspinall para conquistar o ouro do UFC

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Lutadora profissional há apenas três anos e já a competir sob os holofotes do UFC, Eduarda Moura não demonstra pressa em procurar um título agora que compete no peso mosca. Contudo, ela sente que essa conquista é inevitável para o seu colega de equipa, Jailton Almeida, um peso pesado de topo que tem feito campanha para enfrentar Tom Aspinall pela glória do UFC — ou garantí-la ao vencer Alexander Volkov.

“Não há mais nada a fazer”, afirmou Moura. “Ele vai lutar com alguém agora, talvez o Volkov, quem quer que seja o próximo, mas a seguir não há como negar-lhe a disputa pelo título. Não há mais patamares. Para onde mais o ‘Malhadinho’ poderia ir? Ele pertence ao topo e acredito genuinamente que lá chegará. Estamos tranquilos, ele também está tranquilo. Sabemos que ele vai chegar lá, então não há pressa, percebes? Não há para onde ir agora, é só esperar.”

Almeida conquistou oito vitórias em nove lutas desde que chegou ao UFC em 2022, finalizando todos os adversários exceto um. Ele esperava ser o primeiro a desafiar Aspinall após a retirada de Jon Jones. O UFC ainda não anunciou o próximo oponente para o inglês, e Moura considera um desperdício de tempo dar a chance a Ciryl Gane, citando as suas derrotas anteriores em disputas de título contra Jones e Francis N’Gannou.

“Acredito que o ‘Malhadinho’ estará muito mais bem preparado para o Aspinall, pois será a luta mais difícil da carreira dele, de toda a sua vida”, disse Moura. “Considero positivo que ele tenha este tempo para trabalhar e evoluir e chegar aos 100% quando lutar com Aspinall, e, se Deus quiser, trazer-nos o cinto.”

E se um dia se encontrarem dentro do octógono, Moura acredita que o seu amigo demonstrará novamente as suas capacidades de wrestling e jiu-jitsu para se tornar o primeiro a finalizar Aspinall em 10 anos.

“Acho que o ‘Malhadinho’ o leva para o chão e o finaliza, com certeza”, afirmou Moura. “O Aspinall é perigoso, toda a gente sabe disso. É rápido e tem as mãos pesadas, então acredito que o ‘Malhadinho’ vai procurar a queda cedo – como ele sempre faz, como ele adora fazer. Espero que ele o leve para o chão e o finalize rapidamente para que os nossos corações não sofram muito [risos].”

Enquanto Almeida aguarda a sua próxima atribuição, Moura ruma ao Tennessee para enfrentar a ex-desafiante ao título do UFC, Lauren Murphy, na porção preliminar do UFC Nashville. “Ronda” foi vitoriosa na sua estreia no peso mosca com uma decisão sobre Veronica Hardy e sente-se encantada por não ter de se preocupar mais com dietas tão rigorosas.

“A única – e espero que única – derrota da minha carreira aconteceu, e [o corte de peso] afetou-me muito”, disse Moura, referindo-se a uma derrota por decisão dividida contra Denise Gomes em junho de 2024, onde falhou o peso por meio quilo. “Não consegui dormir por três noites, fiquei doente antes da encarada. Aquele corte de peso foi brutal. Foi uma experiência de aprendizagem para eu repensar essa questão. Não há necessidade. Sou forte no peso mosca. Poderia até lutar em [61kg], mas o meu peso mosca é a minha verdadeira divisão.”

Moura espera que a ‘experiente’ Murphy se mostre calma e ponderada no início, mas que acabe por ceder perante o seu grappling. “Ronda” ficará 2-0 no peso mosca se sair vitoriosa em Nashville, e explica porque conquistar um cinto do UFC nesta divisão não parece tão assustador comparado ao peso palha.

“Sou uma grande fã da Weili Zhang”, disse Moura. “Ela é alguém que sempre achei que seria a luta mais difícil do mundo, então desde que saí daquela divisão… [Valentina] Shevchenko também é dura, mas confio mais no potencial da Weili Zhang. Aquela chinesa é implacável. Eu ficaria mais apreensiva em lutar com ela numa disputa de título do que com a Shevchenko. É por isso que acho que o peso palha seria mais difícil, por causa daquela chinesa.”

Existe, contudo, a possibilidade de Weili subir para o peso mosca para uma superluta com Shevchenko.

“Ela não vai subir. Vai ficar quietinha lá em baixo”, riu Moura. “Mas se ela vier, não há nada a fazer. Teremos de fazer o que fazemos. Espero estar pronta quando chegar lá [risos].”

Vasco Mesquita
Vasco Mesquita

Vasco Mesquita, 27 anos, jornalista no Porto. Dedica-se principalmente aos desportos aquáticos e ao hóquei em patins, modalidades com forte tradição no norte do país. Começou como repórter de rádio e hoje é reconhecido pela sua voz característica e análises aprofundadas. Tem acesso privilegiado às federações nacionais, conseguindo frequentemente entrevistas exclusivas com dirigentes e atletas de elite.

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