Um potencial confronto entre Anthony Joshua e Jake Paul poderá marcar o fim da breve carreira de Paul no boxe.
Após a sua vitória contra Julio Cesar Chavez Jr. no passado sábado, Paul sugeriu a possibilidade de um futuro combate com Joshua. Não é a primeira vez que Paul manifesta o desejo de enfrentar o duas vezes campeão indiscutível de pesos pesados, e tal confronto geraria, sem dúvida, um enorme interesse público devido ao seu poder de estrela combinado.
Em declarações à talkSPORT, Eddie Hearn, promotor da Matchroom Boxing, apoiou a ideia do confronto, embora manifestasse dúvidas sobre a sua conveniência para a saúde de Paul.
“Olha, ele está a desafiar Gervonta Davis, um peso leve de 135 libras, e está a desafiar Anthony Joshua, que é um monstro dos pesos pesados”, disse Hearn. “Acho que Jake Paul é suficientemente louco para lutar contra Anthony Joshua porque o dinheiro seria absolutamente obsceno. É um confronto tão desequilibrado e catastrófico que as pessoas iriam sintonizar para ver porque levaria ao fim de Jake Paul. Espero que não literalmente, mas é assim tão perigoso.”
“Para ser sincero, é uma luta que não acho que deveria realmente acontecer.”
Desde a sua estreia no boxe profissional em 2020, Paul ostenta um registo de 12-1 e acumulou uma lista impressionante de vitórias, pelo menos em termos de reconhecimento de nomes. Embora “The Problem Child” ainda não tenha enfrentado pugilistas profissionais de topo, ele tem-se medido com figuras conhecidas do mundo dos desportos de combate, como as ex-estrelas do UFC Nate Diaz, Anderson Silva, Tyron Woodley, Mike Perry e Ben Askren, vencendo-os a todos.
O seu maior feito – e a escolha de oponente mais criticada – foi o combate contra a lenda dos pesos pesados Mike Tyson, transmitido ao vivo na Netflix em novembro passado. Paul venceu por decisão unânime o Tyson de 58 anos, num combate amplamente criticado, mas que também quebrou recordes de audiência.
Hearn acredita que Paul merece respeito pelo seu desenvolvimento no ringue, independentemente dos seus adversários.
“Direi sobre Jake Paul que acho que é preciso começar a dar-lhe uma margem de respeito”, disse Hearn. “Este tipo está a esforçar-se, está a fazer sessões de sparring difíceis, acabou de fazer 10 assaltos com, sim, um pugilista já em declínio, mas um ex-campeão mundial que treinou para esse combate. Eles são muito inteligentes na escolha dos oponentes. Não vão arriscar a menos que o dinheiro seja exorbitante e não me surpreenderia se Jake Paul quisesse avançar com um combate contra Anthony Joshua.”
Joshua (28-4) vem de uma dececionante derrota por nocaute para Daniel Dubois em setembro passado. A derrota quebrou uma sequência de quatro vitórias para Joshua, que estava a tentar conquistar o título IBF de Dubois. O pugilista britânico também se aventurou em combates de exibição, destacando-se o seu impressionante nocaute sobre o ex-campeão de pesos pesados do UFC, Francis Ngannou, em março de 2024.
Não está claro se Joshua tentará recuperar uma oportunidade de título ou se procurará um combate com Paul.
“Ele não está propriamente a olhar para Jake Paul a dizer, `Esse é o meu adversário de sonho`”, disse Hearn sobre Joshua. “Ele entraria lá e daria uma tareia nele por uma quantia enorme de dinheiro? Provavelmente. Eu diria, `Sim, vá em frente. Gostaria de ver isso.`”
Esta semana, a WBA decidiu incluir Paul nas suas classificações de pesos cruzados, colocando o influenciador-tornou-se-pugilista no 14º lugar da sua lista. Hearn não acredita que Paul tenha provado estar ainda nesse nível, mas ele impressionou, especialmente considerando o seu início tardio.
“Acho que muitos destes órgãos reguladores, embora sejam órgãos reguladores, alguns são, de certa forma, impulsionados comercialmente”, disse Hearn. “Eles pensam que vai beneficiá-los ter Jake Paul nas suas classificações. Acho que Jake Paul está entre os 100 melhores do mundo na divisão de pesos cruzados e, a propósito, não acho que seja uma conquista terrível, dado que este sujeito descobriu o boxe aos vinte e poucos anos e acho que está a ir bem. Acho que está a melhorar.”
“Ele é de classe mundial? Absolutamente não. Mas está a melhorar e é muito melhor do que muitos pugilistas por aí, então, de certa forma, boa sorte. Não consigo acreditar que o disse, mas, de certa forma, boa sorte.”
