Diego Brandão busca voltar ao UFC após nocautes violentos

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Diego Brandão expressa o forte desejo de regressar à maior organização de artes marciais mistas do mundo, o UFC.

Após anos a competir em países como a Rússia, por vezes fora da sua categoria de peso habitual, Brandão viu o seu registo profissional deteriorar-se significativamente, passando de 20-11 aquando da sua saída do UFC em 2016 para 29-22 este ano. Nessa altura, sentiu que era suficiente.

O veterano do UFC e vencedor do reality show The Ultimate Fighter decidiu então “arranjar a vida”, deixando essas promoções e regressando à América do Norte com um propósito claro: provar que ainda tem capacidade para competir no UFC. Para isso, o lutador de 38 anos aceitou defrontar qualquer promessa do desporto nos Estados Unidos.

Em março, Brandão enfrentou o promissor peso-pena Jamie Siraj, que tinha um registo de 12-2, e venceu por nocaute no primeiro round. O golpe, um espetacular pontapé rodado de calcanhar, tornou-se viral e valeu-lhe o cinturão da Tuff-N-Uff. No passado domingo, Brandão defendeu o seu título com sucesso contra Canaan Kawaihae, outro veterano do Contender Series, garantindo mais uma vitória por nocaute com o mesmo golpe de calcanhar rodado.

Brandão mostrou-se confiante numa chamada da organização. “Acho que o UFC vai ligar”, disse Brandão ao MMA Fighting na terça-feira. “Vamos falar com eles amanhã e ver o que acharam [da luta]. Sean Shelby estava lá, mas as pessoas não o deixavam em paz, havia muita gente à volta dele, então ele saiu antes do evento co-principal.”

Segundo Brandão, foi uma conversa com Sean Shelby, o responsável pela formação de combates do UFC, que o levou a decidir parar de lutar na Rússia.

“Deixei o dinheiro da Rússia porque fui a Las Vegas e perguntei ao Sean Shelby o que faltava para voltar [ao UFC]”, contou Brandão. “[Ele disse] `Diego, sai da Rússia e luta no teu peso. Nocauteia três pessoas e liga-me.` [Eu disse] `Foda-se, por que não me disseste isso antes?!` Primeira luta, matei o homem. Segunda, boom, acabou. O homem disse três lutas? Bora lá. A minha cabeça está naquela terceira luta porque Sean Shelby é um homem de palavra. Ele disse isso, então vai cumprir o que disse.”

Sobre o presidente do UFC, Dana White, Brandão entende o processo. “O Dana White já me liberou [para voltar], mas a palavra final é do Sean Shelby. Sei que o Dana White pode colocar-me de volta se quiser, mas há um processo. O Dana White não vai abrir as portas para mim facilmente porque ele sabe como eu sou, o meu passado. `Vou colocar o Diego aqui facilmente e ele pode estragar tudo. Não, deixa-me ver se ele realmente quer isto. Deixa-o trabalhar.` Acredito que seja assim que o Dana pensa. E eu não sou tão importante quanto o Conor McGregor para ligar para o Dana White assim.”

Brandão valoriza a jornada atual. “E eu gosto deste caminho, de lutar, porque é assim que valorizamos as coisas”, afirmou. “Se tiver que fazer uma terceira luta, vou com fome porque aí eles vão ver e saber. Eles querem ver-me assim, numa guerra, a lutar, porque não me vão colocar lá de volta assim. Eles sabem quem eu sou, sabem que preciso trabalhar duro para valorizar isto. Eles sabem disso.”

Brandão sente que mudou bastante desde os seus tempos anteriores no UFC, estando mais maduro como atleta e como homem. Longe das polémicas fora da jaula e a vencer promessas, ele planeia defender o cinturão peso-pena da Tuff-N-Uff em novembro, caso a chamada do UFC não aconteça antes. O adversário seria o veterano de UFC, Bellator e PFL, Kai Kamaka III.

Sobre o potencial adversário, natural do Havai, Brandão mostrou confiança. “Havai, BJ [Penn] é o único de lá que me vence, quando treinámos juntos”, disse Brandão. “Os outros, sem hipótese. Vou finalizá-lo.”

Vasco Mesquita
Vasco Mesquita

Vasco Mesquita, 27 anos, jornalista no Porto. Dedica-se principalmente aos desportos aquáticos e ao hóquei em patins, modalidades com forte tradição no norte do país. Começou como repórter de rádio e hoje é reconhecido pela sua voz característica e análises aprofundadas. Tem acesso privilegiado às federações nacionais, conseguindo frequentemente entrevistas exclusivas com dirigentes e atletas de elite.

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