A equipa McLaren anunciou que o piloto irlandês Alex Dunne substituirá Lando Norris no primeiro treino livre (TL1) do Grande Prémio da Áustria.
Dunne, de 19 anos, nunca participou num fim de semana oficial de Fórmula 1, mas terá agora a oportunidade de mostrar o seu potencial na sessão de abertura de sexta-feira no circuito Red Bull Ring.
O jovem piloto lidera atualmente o campeonato de Fórmula 2 na sua época de estreia e faz parte do Programa de Desenvolvimento de Pilotos da McLaren desde o ano passado.
“É uma oportunidade incrível poder pilotar durante o TL1 na Áustria”, disse Dunne. Ele será o primeiro piloto irlandês a competir num fim de semana de F1 desde Ralph Firman em 2003.
“Estou ansioso por dar voltas ao volante do MCL39 e ajudar a equipa com a configuração para o fim de semana de corrida que se avizinha”, acrescentou.
“Tenho-me preparado bem para as sessões, participando em testes de carros anteriores com o MCL60 e passando tempo no simulador, o que tem sido uma experiência de aprendizagem fantástica.”
Todas as equipas de Fórmula 1 são obrigadas a utilizar um piloto estreante pelo menos duas vezes em cada um dos seus carros ao longo da temporada. A McLaren está assim a cumprir esta exigência obrigatória ao dar a Dunne a sua primeira chance no carro deste ano.
A natureza relativamente simples do Red Bull Ring, em comparação com outras pistas, significa que os pilotos titulares não precisam necessariamente das três sessões de treino para se sentirem totalmente confortáveis com o carro antes da qualificação.
“É ótimo poder dar ao Alex a oportunidade de participar no Treino Livre 1 e de ganhar tempo valioso ao volante de um carro de Fórmula 1 como parte do seu desenvolvimento”, afirmou Andrea Stella, diretor de equipa da McLaren.
“A equipa está satisfeita por trabalhar mais de perto com ele e pelo seu apoio durante o fim de semana, onde ele fornecerá feedback útil para ajudar na configuração do carro.”
“As sessões para estreantes são fantásticas para observar o talento do futuro e possibilitar essa rara oportunidade de ganhar tempo num carro atual, por isso estamos ansiosos por vê-lo em pista.”
Quem é Alex Dunne?
Nascido a 11 de novembro de 2005 em Offaly, Dunne ascendeu rapidamente nas categorias de karting e aproveitou a oportunidade de pilotar na Fórmula 4 quando completou 15 anos, a idade mínima para competir nesse nível.
Conquistou a pole position e um pódio na sua estreia em monolugares na F4, depois dominou a temporada da F4 Britânica em 2022, aumentando o interesse à sua volta.
Dunne foi vice-campeão na F4 Italiana no mesmo ano, e depois terminou em segundo lugar no GB3 Championship em 2023. Embora tenha tido dificuldades para brilhar consistentemente na F3, a McLaren contratou-o em maio de 2024, e Dunne deu o passo para a F2 com a equipa Rodin Motorsport este ano.
Não era esperado que fosse um candidato ao título, mas encontra-se a liderar a classificação antes das corridas deste fim de semana na Áustria, após duas impressionantes vitórias nas Corridas Principais no Bahrein e em Imola, além de outros dois pódios.
No entanto, foi considerado culpado por um incidente na Curva 1 na Corrida Principal do Mónaco contra Victor Martins, que causou um engavetamento. Dunne foi fortemente criticado nas redes sociais, o que o levou a apagar aplicações do seu telemóvel.
“Recebi muitas coisas depois do Mónaco. Normalmente não sou alguém que lê coisas e fica irritado com elas”, disse ele.
“Mas acho que uma hora depois da corrida, apaguei as redes sociais do meu telemóvel porque nunca recebi mensagens tão más na minha vida. Muita coisa que recebi foi realmente má e bastante perturbadora, para ser honesto.”
O diretor de equipa da McLaren, Andrea Stella, falou com um Dunne emocional, que se recuperou de uma penalização na grelha para ir de 19º para o segundo lugar na Corrida Sprint de F2 em Espanha e terminou em quinto na Corrida Principal, mantendo a liderança do campeonato.
“Alex está a sair-se muito bem, é um piloto muito rápido, muito talentoso, e a situação que teve no Mónaco foi uma daquelas situações onde se pode aprender muito”, disse Stella.
“Vários campeões do mundo passaram por situações que foram muito importantes para refinar a forma como correm.”
“Tivemos boas conversas com o Alex para reafirmar o nosso total apoio ao seu talento, ao campeonato pelo qual está a lutar. Vemos sempre uma pessoa muito madura.”
“A forma como ele correu foi uma resposta imediata à situação que teve no Mónaco e à pressão vinda desses comentários nas redes sociais. Isso é algo que me deixa muito orgulhoso dele.”
“Penso que precisamos de perceber que vivemos num mundo difícil em que as pessoas podem atacar outras pessoas sem fundamento, por vezes sem competência, por isso estamos completamente ao lado do Alex, não só em pista, mas também fora dela, sob este ponto de vista.”
“Senti-me um pouco triste por ele, mas também muito orgulhoso dele ao mostrar a sua reação, sendo genuíno, natural – mas para mim, é um apelo ao nosso sentido de responsabilidade geral.”
